POEMA À ROSA AMARELA
Broto de tez amarela
De suave primavera
E abstrata emoção...
De genética vida bela!
A ser vista da janela
Em dourada expressão.
Não sabia ao que vinha...
Mas já era a alegria
Dum jardim em solidão.
Num equivocado inverno
De casaco amarelo
Vinha em plena escuridão.
Se acendia ao sol alto
Num dourado sobressalto
Vinha ingenua, em botão.
Era ouro em explosão!
Não sabia donde vinha,
Só que vinha em magia
De ser flor em ilusão.
Era obra em exposição!
No seu breve e longo tempo
Já suava o seu lamento
Sob o orvalho, em redenção.
Num casulo semiaberto
Traços rubros em peito aberto!
Também tinha coração...
Era dor em pulsação!
Já no vento do outro dia
Cedeu pétalas à covardia
Do que não compreendeu...
No seu galho em sobressalto
Pendeu triste lá no alto
Suspirou...e então morreu...
***
Nota da autora:
Esse poema me surgiu depois de observar uma belíssima rosa amarela, de tênues nuances rubras, cujo ciclo de vida durou apenas 48 horas.