Noemi

Não sabia que existia a flor,

Até vê-la nascer naquele segundo.

Traços sutis,

De divina beleza.

Pequena menina,

No colo da mãe,

Parecendo uma deusa.

Investida num sorriso Veneza,

Tão simples e puro como a neve,

A gotejar sentimentos, em orvalho, na terra ávida.

Como a falar ao mundo de alegria,

Que naquele segundo,

Estava sem tom,

Em pausa,

Com alaridos cinzentos,

Procurando esconder a falta,

Sentida nos olhos d’ alma,

Sob a pergunta incessantemente de alguém importante,

Como a raiz da casa.

Tão pequenina,

Olhando a chuva da tarde,

Aonde entrava a atenção voltava-se.

Em reunião de família,

Entre o calor da amizade,

Sem fazer nada,

Feito D’ Vinci...

Desenhava com os seus pequenos dedinhos,

Na pele da avó, nos braços dos tios e dos primos, versos meigos da afetividade.

Não sei se é assim, mas as vezes...

É preciso morrer,

Bem como é necessário nascer,

Para perpetuar o amor na eternidade.

Eis ai Noemi.