Arrependimento
Nunca, não deveria ter feito isso...
Rasguei e joguei fora velhos versos
Na verdade queria mesmo dar sumiço
Naquele sentir que se tornara perverso
Meus poemas mais que perfeitos...
A tradução maior do meu puro amor
Descartados desta forma sem direito
E condenados por acarretar rancor
Tudo em papéis picados se tornou...
Minha única forma de me despedir
Do meu sentimento que contrariou
Pois bem sei que não deveria existir
A solidão me fez companhia...
E os meus pensamentos também
Nenhuma poesia por perto havia
Pois já não amava mais ninguém
Fez-se silêncio em meu coração...
Nenhuma palavra agora rimava
Foi um tempo longo de reparação
De um sentir que se renovava
Precisei me resgatar, e reescrever
Sou muito grato a minha memória
Pois ela sim, me ajudou a perceber
Quão importante foi minha estória
Hoje então, eu assim tenho feito...
A cada verso que escrevo e crio
Renovo este meu velho direito
De acabar com este triste vazio