DESPRENDER-SE

DESPRENDER-SE

por Juliana S. Valis

De vez em quando, é preciso se desprender

De antigos conceitos sob repetidas roupagens,

De antigas bagagens que só pesam na mente,

Quando o tempo, no fundo, quer nos dizer

O valor do que é simples, e não prepotente,

O valor do brilho e da paz no amanhecer,

O valor do que não se paga, e se faz de gente,

Além de aparências e do que é apenas "ter"...

Sim, de fato, é preciso se desprender

De conceitos vazios como as aparências

Dos dias "úteis" entre os feriados,

Como sonhos engravatados fiscalizando as horas

Em que a consciência vaga, vacila ou dorme,

Enquanto outros rótulos são padronizados

E refletidos em modernas telas de antigas ilusões.

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