A Incerta Jornada de Um Guerreiro
Numa ocasião, ferido eu estava,
agonizante e arfante.
Sentia que a morte abraçava-me,
e, dificilmente, me libertaria.
Encontrava-me em meio ao nada,
cercado pelas areias escaldantes
de um deserto desconhecido e lancinante.
A cada olhada ao horizonte,
meus resquícios de esperança esvaiam-se
e eu padecia.
As velhas cicatrizes em meu corpo latejavam,
e os cortes de um recente combate sangravam,
fazendo-me recordar das hodiernas
e das antigas batalhas.
Então, simplesmente fechei os olhos,
embainhei minha espada
e aguardei pelos anjos celestiais.
Ou, quem sabe, pelos demônios infernais...
Porém, nada aconteceu.
Traguei um punhado de ar,
minha espada tratei de empunhar
e o meu caminho continuei a trilhar,
trôpego, cambaleante,
porém, confiante,
ainda que não soubesse
o que estaria a me esperar...