A CARROÇA

A CARROÇA

Os cavalos puxam as carroças,

Lotadas de lixo e restos humanos,

Quem são as bestas nesse planeta?

Nos lixões humanos os ratos lutam,

Lutam pela vida... Pelo dinheiro

E pela doença da miséria social.

Os urubus tudo observam de perto,

São anjos de Deus tão inertes,

Pouco interagem com os mamíferos.

Cães latindo e uivando no aterro sanitário,

Um corpo humano talvez achado,

Talvez perdido como outros tantos,

Perdidos nas esquinas,

Nas marquises fétidas,

Nas mansões geladas.

Todos implorando pão,

Implorando por água,

Querendo achar o amor.

Nos sinais imploram um trocado,

Nem que seja apenas um sorriso,

Uma atenção pelo amor de Deus...

Os urubus observam tudo inertes,

Deus observa tudo inerte...

Os cavalos puxam as carroças,

Guiadas por bestas,

Passando por bestas.

Vendem seu corpo sem o pão,

Que perderam a inocência,

O pior sem saber o por quê?

Não julgo,

Não sei onde a sandália apertou

Apenas peço ao Deus inerte solução,

Peço mais pão,

Peço mais sorrisos,

Peço mais compreensão.

Mande seus urubus descerem dos postes,

E apareça como apareceu a Abraão.

Canso de ver cavalos guiados por bestas.

Cadê meu Deus e dá compaixão?

André Zanarella 20-03-2014

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 17/07/2014
Código do texto: T4884945
Classificação de conteúdo: seguro