O CONSELHO DO CEIFADOR
Filme
Em preto e branco
Se vê por toda parte
Dobra esquina
Se enconde dentro
Do nada
Que pede um vestígio
Qualquer que seja
Adornado por tudo
Que resta
Resta este vestígio
Que te sobra
Me incomoda
Não poder tê-lo
Sou o zelador
De toda rua
Cansado das suas
Que sempre tem brilho
Champagne e sino
O andarilho dos ventos
Traz um cheiro
De mofo
Sangue negro
Escorre entre os dedos
Famintos de toda
Carne
A espera do luto
Precia ir encontrar
A “espada”
deixada num cume
onde há companhia
De monstros
estes mesmos rostos
Que cegos passam por ti
Nada fazem
A não ser sempre
Esquecer de ti
Vingan-se do feio
Distinto
Que agora morre
Faminto
Toda esfera roda
Elíptica
Eles tem os verões
Tomam vinho
No outono
Se amam no inverno
Cabe a ti olhar
Pra cima
Há um vidro
Temperado de gente
Em meio a teu inferno.