Da Febre
Sobre os lábios frios da noite vazia,
o sol da lua-cheia, ria, feliz;
e nos meus olhos, sedentos colibris
bebiam da tristeza que escorria.
Como se fosse um sorriso de giz
aquecendo a noturna lousa fria
tinha calidez, a lunar poesia;
mas eu só queria os versos-de-lis...
perfumando o frio da melancolia
e da dor que não doía por um tris;
flor que se abria, em rimas febris
porém, não em pétalas de alegria
pois, dentro da febre que tanto ardia,
tremia, só, o poeta infeliz.
15-07-2014