Naquele momento.

Aquela onda impetuosa não sufocou meu ar.Na verdade eu mesma já havia me mutilado.Naquele momento quando todo meu fôlego havia sido dissipado,percebi que eu não existia,apenas andava como zumbi de um mundo esquecido em meus pensamentos.Onde a razão não tinha lugar.E a emoção gritava mais alto que meus pulmões poderiam suportar.Não tentei deter o vento,ele precisava correr por toda parte,ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde...E na minha inocência acreditava que ele poderia ser um radar a me conduzir.Então percebi que não poderia mudar o percurso da Natureza,mas poderia mudar a minha direção,e com ousadia poderia escrever um novo roteiro.Acordei no momento em que as ondas tentavam me sequestrar e muito rápido pensei:Quem pagaria meu resgate?E percebi que eu era meu próprio resgate.Lutei contra todas as forças,chorei,sangrei,conheci o abismo e sobrevivi.Dei por conta de mim,quando fui vomitada na areia da praia pela mesma onda impetuosa.Depois de muito debater,já exausta,adormeci.E ao abrir os olhos ainda turvos,vi o mais belo amanhecer e dei conta que ser Feliz era minha obrigação,já que a natureza havia me dado uma chance.O sol aqueceu o interior e secou meu corpo nu e exausto. Fiz um trato com o Sol e ficamos íntimos e nos namoramos.A noite a Lua foi minha confidente. Então escrevi sobre a areia da praia: Vou ali ser feliz e volto.