DESENCONTRADA
Sigo em busca dum encontro
aberto, comigo mesma.
Por medo de um desencontro,
ora corro como a lebre
ora travo, e viro lesma.
Não quero que a força quebre,
ou que o tempo me consuma.
Nas peças da minha vida
não consigo ver alguma
que me defina, em concreto,
um valor absoluto.
Desesperada me ofendo,
de modo um tanto indiscreto,
sempre que me precipito.
Hoje paro, amanhã luto
contra este medo tremendo
daquela que agora sou...
Mas será que serei eu
quem me procura, Deus meu?
Algo em mim se complicou
e me matou, certamente.
Perdi determinação,
e sempre que a minha mente,
se intromete fortemente,
em coisas do coração...
aí, fraquejo, assustada,
por nunca poder prever
qual a minha reacção...
Neste meu desconhecer
a outra que existe em mim...,
me perco, me precipito.
Recuso viver assim!
Me sinto, inconformada
e em constante conflito!
Estou só e desencontrada...
2014-07-13