MERIDIANO HIPNÓTICO

Porque há pétalas

Soltas na subida

Uma menina perdida

Sentada imersa

E suja

Enxofre derrota

O tempero que vaga

Nas alturas do monte

Torna sombrio

Qualquer rio

Que desce

Cantando reverse

Se estivesse cantando

Sem sangue

Na margem

Que desce

E alcança o limo

Textura de um

Muro antigo

Guarda um perfume

Também perdido

perfume que sinto

Como se fosse ainda

O mesmo dia

Indo embora

Na aurora que fiquei

Sentado

Esperando ela descer

Foi no quarto

Ao lado

Não havia ninguém

Lençóis marcados

Da noite faminta

Sonâmbulo de certo

O “ inferno”

Abriga mais

Túmulos que

Os enfeites da terra

Agora que desço

Percorro avesso

A menina fronte

Tão doce ainda

Que chora

o desgosto de ver-me

Sem sorrir

Partindo marcado

Levando o que trouxe

Comigo

Um lenço roseado

Pintado de rubro

Jogarei neste rio

Que passa

Em frente ao

Quarto

Que lá de cima

Fiquei parado

Tantas vezes

Sem saber

Pode mais queira

Entender

Minha áurea

Nunca amanheceu

Se perdeu sozinha.