Dois acordes e um interdito

Se o que se ouve vingar como música

as certezas passarão como no filme

e as pessoas sentirão a sua volta

as crianças cansadas de amor

Se o que se ouve vingar como música

as mesmas crianças se levantarão

na vontade de sorrir aos adultos

e farão cantá-los, unidos, cantarão silêncio.

Se o que se ouve vingar como música

a saudade respirará para acordar

o mundo das dores do segundo

que a bomba eclode sobre o outro

Se o que se ouve vingar como música

a forma de dizer que o coração pulsa

sairá da força explosiva das formigas

e do não-dito dos olhos incrédulos

Se o que se ouve vingar como música

o pensamento viverá como sangue

que afeta e bombeia o órgão ferido

como a palavra chega viva à boca

Se o que se ouve vingar como música

em qualquer clarão d’água na terra

um fará nascer a flor no asfalto

e outros tantos serão luz d’orvalho

Se o que se ouve vingar como musica

as cifras e notas voltarão ao filme

e legendarão de novo novo sentido

aos que viveram na voz da canção

Poema publicado também na página pessoal do autor, Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.com.br).

Thiago Azevedo
Enviado por Thiago Azevedo em 14/07/2014
Reeditado em 11/02/2015
Código do texto: T4881106
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