Dois acordes e um interdito
Se o que se ouve vingar como música
as certezas passarão como no filme
e as pessoas sentirão a sua volta
as crianças cansadas de amor
Se o que se ouve vingar como música
as mesmas crianças se levantarão
na vontade de sorrir aos adultos
e farão cantá-los, unidos, cantarão silêncio.
Se o que se ouve vingar como música
a saudade respirará para acordar
o mundo das dores do segundo
que a bomba eclode sobre o outro
Se o que se ouve vingar como música
a forma de dizer que o coração pulsa
sairá da força explosiva das formigas
e do não-dito dos olhos incrédulos
Se o que se ouve vingar como música
o pensamento viverá como sangue
que afeta e bombeia o órgão ferido
como a palavra chega viva à boca
Se o que se ouve vingar como música
em qualquer clarão d’água na terra
um fará nascer a flor no asfalto
e outros tantos serão luz d’orvalho
Se o que se ouve vingar como musica
as cifras e notas voltarão ao filme
e legendarão de novo novo sentido
aos que viveram na voz da canção
Poema publicado também na página pessoal do autor, Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.com.br).