corpo
monologo de uma luta
um corpo e apenas muitas historias
em duas partes da moeda suja de sangue
o mercado vai oferecendo novas mercadorias
que o tempo foi transformando em poderosas armas de guerra
o dente e forte
mordeu a alma do rei
e o sangue vai escorrendo
do coração da casa grande
e a floresta
abre os braços para a liberdade
banhada de suor
de muitos dias de trabalho
que o navio negreiro mostrou
coma ponta do chicote
muita dor
que doi mesmo lavando com as aguas do rio Jordão
dores
dores
e mais dores
o mar e um grande vilão
o navio e o dragão do fim do mundo
não tenho uma faca na mão
mas vou comer terra e lutar ate morrer
meu corpo respira por liberdade
uma pena não muda o passado
agora a boca da mentira tenta mudar tudo
e colocar escritores mortos na cadeira
tenho muito odio no coração
parado como uma estatua de pedra sabão
vou gritar
gritar
gritar
e gritar
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
não sei quem ouviu este vento
o repertorio e sempre igual
mas a tempestade tem muitos nomes
e vou gritar ate morrer
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
guerreiro de verdade
sempre grita
e a verdade vai ser contada na marra
jogo a moeda para o alto
e ela vai cair no meio da tempestade
e o lutador vai estar sempre pronto
bom lutador
bom lutador
bom lutador
bom lutador
bom lutador
bom lutador
fim