Sua poesia nua
Quando cubro a nudez de sua poesia
Sinto-lhe os versos eriçados
E o calor dela pulsando febril
No corpo d'uma escrita que se avoluma
Sinto que entre uma estrofe e outra
No extremo desse seu poema
Sua poesia treme, geme e não é ardil,
Em uma ligeira taquicardia...
Não é doença, mas pungente ela clama
O leito e a pureza, o repouso de minhas linhas
Seu verso desvairado então em desalinho
Em oníricos delírios sonha-me a lua.
Compõem extenuados sentimentos
E eu sinto, que minha pele morena
Cobre muito bem sua poesia nua
Aplaca-lhe a febre de paixão pela lua