Inexistentes

Lindo dia de céu aberto, de um azul sem nuvens...

Só falta tu nas minhas manhãs

Para repartirmos as torradas com geleia

E leite quentinho, jogando conversa fora

Na mesa forrada de branco linho.

Dia de céu aberto e tu aqui não estás

Para comigo dividir a caminhada

E longa e lentamente de mãos dadas

Descermos ao mar e molhar nossos pés nas ondas

Brincando de rodopios na areia.

Queria que fosses tu a ajeitar meus cabelos em desalinho

Com o sopro do vento

A respirar essas manhãs de sol

Com a impetuosidade do primeiro e último de nossos dias.

Mas tu não estás e ponho fora tudo o que me comove,

O branco linho, o café da manhã, o marulho das ondas,

Ponho a roupa, tranco a esperança no peito,

E já nem sei se o mar é navegável.

Agora o céu está encoberto de nuvens

Não estou pronta, mas ainda estou em mim,

A passar o chumbo dos dias.