LUA INVERNAL
 
E de repente...
A lua toca o branco resplandecente...
Tão densa! Tão profunda!
Tão bela! Tão fria e emergente!...
Insultando a negra escuridão...
Sorvendo devagar a imensidão...
Envolvendo lasciva, as frondes trêmulas
dos velhos olmos em oblação...
Tão desfalecidos pela cena invernal!...
Tudo é tão frio, mas tão angelical!
Que com ímpetos ineptos
verso esse contraste abissal...
Curvo-me diante de tanta beleza
e reconheço minha pequeneza...
Pois se até o frio é terno...
E a lua tem sua frieza...
Fosse essa beleza interminável...
Mas tudo é tão instável!
Até a lua tem suas fases...
E o frio, imagine... Um ser indomável...
O que sei é que a lua branca
no céu de inverno me tranca...
E meus sonhos de cristal nessa noite fria
alguma poesia me arranca...
 
 


( Homenagem à lua cheia que será hoje)






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