ALEXANDRIA
 
Floresce as entidades
que são mortas
no inverno
das causas
que se abalam
e se vão
o passo seguinte
é encontrar o disturbio
que feriu
o que se constroi
parece ser belo
e ter pulmão
os elos da corrente
no mar de Atlântida
“acreditaram nos
ossos talhados
do fogo
que queima até hoje”
um memorial
final triste
momento cinzento
história feita
com pernas de barro
logo a chuva veio
entrevero de idéias
dissolvidas
as criptas dos algozes
ficaram em cima
dormem miseráveis
antípodas
seu sono é tranquilo
ainda há hoje
pedaços daquilo
escondidos
lá onde ergueu-se
sob um nome covarde
chama que arde
da pouca luz
que alcança hoje
eterna seria a luz
se nada disso
fosse verdade.