O TEMPO QUE A VIDA TEM
(Sócrates Di Lima)
No tempo o relógio corre,
Passa por cima da vida,
Nada então a socorre,
Perde até a guarida.
No tempo a vida segue,
Mesmo na sua paralela,
Um ao outro persegue,
Como a menina da janela.
Que espera a brisa da tarde,
E o aceno de seu amado,
Com ela a saudade,
Que se esconde no passado.
Ah! O tempo é uma Maria Fumaça,
A locomotiva do destino,
O relógio que sempre ultrapassa,
As vontades de menino.
Você também se foi,
Nem mesmo ser para onde,
Como o tempo e o carro-de-boi,
Que o tempo esconde.
Não se se a vida lhe tem,
Ou se você não tem mais vida...
Porque a vida é um trem,
Que nos leva a uma estação desconhecida.
Então ficou a saudade,
De um tempo de prosperidade,
E tudo que havia de verdade,
Ficou no tempo mas que nunca se acabe.
E nesse tempo que o tempo me cedeu...
Continuo em busca da estação prometida,
Mas, nem sei quanto tempo o tempo me deu,
Para que eu viva minha vida, em outra vida.