Do Escrevente

Poeta do poema que nunca veio,

empresta a sua mão, a sua mente;

e, até, o seu coração, de repente,

para serem a casca desse recheio!

Pois, da poesia, é um escrevente...

um instrumento, uma forma, um meio;

e, por mais que pense ser dono, eu creio

que não passo de locatário, somente.

Escrever, é o mais tranquilo anseio;

das tantas dores, a que dói docemente

pois, com ela, se empresta no que sente...

se doa naquilo do que está cheio;

e, através desse mágico correio,

vem a carta da alma, a remetente.

10-07-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 10/07/2014
Reeditado em 11/12/2015
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