EM FUGA
Temporais em noites frias e longas
E eu a fugir desse sonhar
Com formas sinistras a cirandar
Bruxuleando danças em minhas sombras
Fujo desses densos descaminhos
Com esse meu sôfrego caminhar
E a dor que grita em meu olhar
É a mesma da flor que exibe seu espinho
Estou fugindo de mim mesmo
Desses desencontros em que transito
Monstros colossais em que resido
Tempos surreais e espaços ermos
Se na fuga tento me encontrar
Talvez queira um novo renascer
Outra chance no próximo amanhecer
Para de mim mesmo me desvencilhar.