Reencontro
Ti espero há anos ...
sonhamos tantos planos ...
Atitudes impensadas
atalharam nosso amor
e, subitamente,
nossas vidas seguiram
seu caminho afastadas
Deixamos de viver momentos ímpares
no mundo aberto que tínhamos
onde (quase) tudo era propício
até cairmos por fim no precipício
Hoje a esperança retorna
meu sorriso se alarga
chance de ti encontrar novamente
tu – justamente (ainda) o elo da minha corrente
Se você vier
venha leve – nada breve
sente com tempo prá matar a minha saudade
que poderá não ser a tua
mas é sentida – nítida - nua
Nossas fotos serão revistas
riremos dos nossos feitos
esqueceremos o amor desfeito
perdoaremos um ao outro
feito crianças em sonho
Se você vier não se assuste
mudei com a saudade
sou outra – camaleoa
transpus minhas vontades
adaptada à nova realidade
Mas o chá será servido
tuas palavras sorvidas
meus olhos em lágrimas (antecipo)
falarão como um grito
o fim? só no infinito
(publicada no Caderno Pragmatha 58)