ESCONDERIJOS

Não quero mais trincheiras em mim

Não quero mais arriscar a sorte e desvendar o mistério de vencer

Não quero mais ter medo da morte

Quero o prazer de estar vivo, mesmo sem você...

Não quero esconder minha dor, minha ira, meu sofrer...

Quero me expor, quero esquecer.

Sempre fiz da minha poesia meu escudo, meu desabafo mudo

Mas nunca quis escrever palavras cortantes, nem adjetivos ambíguos,

Nem verbos pejorativos, nem versos nocivos.

Fui o lado sofrido e ainda assim estendi a mão,

Fui o lado ferido e ainda assim pedi perdão...

Quero os bons sentimentos abertos, despertos, libertos...

Guardados nos corações como abrigos perfeitos.

E quero os maus sentimentos revelados, esquecidos, refeitos...

Perdoados ou punidos, sem disfarces, sem esconderijos.