Arquitetura da destruição.
Nasci com nada e agora pereço com pouco.
A minha vida tem sido feita com superlativos relativos
Mas a minha desgraça é absoluta!
Porque d'onde vem a bonança alheia
É justamente a minha fossa.
Meus banhos são mensais
Quando recebo meu sal
Sou um tipo desacreditado
Daquele que não acredita nem em si
Do que me valem os seus valores?
Eu não posso senti-los, tampouco entendê-los
Por que não me convence de que devo participar?
Talvez a minoria não precise ser assistida
Sou mesmo execrável, afinal não participo.
Aliás, sou uma pessoa de poucos amigos
E não me valho de relações amistosas
Para receber o meu sal.
Talvez eu ainda mantenha as coisas como estão
Pela minha omissão e descrédito em algum ideal
E, assim, mantenho a ' ordem'.
Participando minimamente. Apenas operando o meu cérebro
Em atividades que, às vezes, constroem ou destroem.
Não escondo a minha predileção por destruir.
Não há nada mais sublime que enterrar aquilo que não serve mais.
Romper, atear fogo às lembranças imprestáveis e se esvaziar
Desse lixo metafísico que as instituições nos instituem!
Cada vez mais desenvolvo um senso estético
De que o niilismo é a mais bela arquitetura da destruição!