O POETA E A PAIXÃO (com Milla Pereira e Castelo Sá)
O POETA E A PAIXÃO
(Milla Pereira, Castelo Sá e Mário Guimarães)
Milla:
Como um tímido sol de Outono
Eu versejo pelas linhas do caderno
Esperando que o Amor se torne eterno
E que não se transforme em inferno
Quando a Paixão me deixar ao abandono!
Castelo:
Confesso que eu não sou dono
do sentimento de ninguém
Mas faço o que me convêm...
Conquistar o amor de alguém
para não ficar no abandono.
Mário:
Porque o amor e a paixão são duas faces
De uma mesma moeda, que é o sentimento...
Ele não se intimida, ante a dor ou sofrimento,
Nem cala pelos imprevistos de um momento,
Mas suplanta todos os desencontros e impasses.
Milla:
E, com passos errantes eu caminho,
Na esperança de viver só de Alegrias...
Poder guardar em mim a Poesia
Que eu tentei e não pude fazer um dia
Por encontrar-me a sós neste meu ninho!
Castelo:
Para quem vive sozinho
a esperança viva, saltita de alegria,
ao versejar rima e poesia,
caminho noite e dia
ansioso a te cobrir de carinho.
Mário:
Na poesia, longa é a jornada,
Há percalços, como em tudo que existe,
Mas o poeta canta sempre, alegre ou triste,
O que lhe dita a alma, ele não desiste,
Por mais que, sinuosa, possa ser a estrada.