O POETA E A PAIXÃO (com Milla Pereira e Castelo Sá)

O POETA E A PAIXÃO

(Milla Pereira, Castelo Sá e Mário Guimarães)

Milla:

Como um tímido sol de Outono

Eu versejo pelas linhas do caderno

Esperando que o Amor se torne eterno

E que não se transforme em inferno

Quando a Paixão me deixar ao abandono!

Castelo:

Confesso que eu não sou dono

do sentimento de ninguém

Mas faço o que me convêm...

Conquistar o amor de alguém

para não ficar no abandono.

Mário:

Porque o amor e a paixão são duas faces

De uma mesma moeda, que é o sentimento...

Ele não se intimida, ante a dor ou sofrimento,

Nem cala pelos imprevistos de um momento,

Mas suplanta todos os desencontros e impasses.

Milla:

E, com passos errantes eu caminho,

Na esperança de viver só de Alegrias...

Poder guardar em mim a Poesia

Que eu tentei e não pude fazer um dia

Por encontrar-me a sós neste meu ninho!

Castelo:

Para quem vive sozinho

a esperança viva, saltita de alegria,

ao versejar rima e poesia,

caminho noite e dia

ansioso a te cobrir de carinho.

Mário:

Na poesia, longa é a jornada,

Há percalços, como em tudo que existe,

Mas o poeta canta sempre, alegre ou triste,

O que lhe dita a alma, ele não desiste,

Por mais que, sinuosa, possa ser a estrada.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 15/05/2007
Reeditado em 08/07/2009
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