Imaginação

Tu podes ser mais que imaginas

Tu és alvo de cantorias internas

Alegorias mentais de outros

Tu és vivida, tu és cantada todo dia

Ao raiar do sol ao seu pôr no mar

Tu tens mais nas bocas que sua boca tem os outros

Tu, menina, preferes ser alvo de vãs realidades

De constatações que se abnegam na obviedade de existir

Preferes enfrentar o punhal de dois gumes

Abrindo e fechando as pernas e o coração

Tu, menino, prefere proferir tais realidades

Para abrir e fechar pernas, apenas

Tu não és vivido, não és cantado

Pois tu nasceste para cantar e viver

Você e outros

Tu, criatura, és casada e tens filhos

É casado, tens crianças

Na minha mente, tu, mulher criança, é de possibilidades mil

Tu, rapaz afoito, na minha cabeça é o que multiplica essas possibilidades por zero

Infelizmente, minha cara

Tu preferistes o punhal a taça.

Adriano Santos de Sousa
Enviado por Adriano Santos de Sousa em 07/07/2014
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