Imaginação
Tu podes ser mais que imaginas
Tu és alvo de cantorias internas
Alegorias mentais de outros
Tu és vivida, tu és cantada todo dia
Ao raiar do sol ao seu pôr no mar
Tu tens mais nas bocas que sua boca tem os outros
Tu, menina, preferes ser alvo de vãs realidades
De constatações que se abnegam na obviedade de existir
Preferes enfrentar o punhal de dois gumes
Abrindo e fechando as pernas e o coração
Tu, menino, prefere proferir tais realidades
Para abrir e fechar pernas, apenas
Tu não és vivido, não és cantado
Pois tu nasceste para cantar e viver
Você e outros
Tu, criatura, és casada e tens filhos
É casado, tens crianças
Na minha mente, tu, mulher criança, é de possibilidades mil
Tu, rapaz afoito, na minha cabeça é o que multiplica essas possibilidades por zero
Infelizmente, minha cara
Tu preferistes o punhal a taça.