NAVE MÃE

Passam séculos, deuses brincam de se esconder

Olham-nos pelas escotilhas da alta sacada

Querem amor, ternura e obediência

Mas nunca nos oferecem uma só escada

Passamos os anos, dóceis, abnegados

Com mil e um motivos para vislumbrar

Entre as nuvens, o céu, o paraíso infindo

Que prometeram um dia, vão nos convidar

Mas, ao meio tempo, numa longa escala

Baixamos os olhos para as coisas vãs,

Pois não há quem agüente preparar a mala

Sem ter a certeza se há uma nave mãe

De vez em quanto chega um mensageiro

Trazendo notícias de um mundo perfeito

Mas de que adianta nos criar rasteiros

Se foi nas estrelas que nós fomos feitos

Franz Znarf
Enviado por Franz Znarf em 07/07/2014
Código do texto: T4872971
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