PALAVRA ADEUS

(Sócrates Di Lima)

Sonido labiais em desalinho,

Que franzi a tez...

Soa feito burburinho,

Como em multidão, dita de uma só vez.

Palavra que ecoa na mente,

com um açoite indesejado,

Vento gélido e cortante,

Como corte da navalha afiado.

É a palavra mal dita...

Quando o coração não a quer ouvir,

Palavra não escrita,

Mas que a boca rumina sem pedir.

É a palavra da despedida

Que quebra a pilastra do amor,

Que rasga a carne em ferida,

O adeus que não sangra mas derrama dor.

É como atear fogo na alma nua...

Queimar em frio intenso, o coração,

Afogar-se em mar de lamas na rua,

Perder-se de vez, da razão.

Assim, é a palavra que encerra o amor,

O adeus dito em palavra imedível,

Que os olhos a transforma em lágrimas de pavor,

Que sangra o sentimento quando imprevisível.

Como tantas palavras,

Que podem curar a alma e dar a vida,

O adeus é a mais cruel lavra,

Escrita com os lábios em chama derretida.

Palavra que o amor não escreve,

Mas que se ouve num som ensurdecedor,

Quando o outro coração diz que nada mais serve,

Para se manter vivo a ilusão do amor.

Palavras....

Loucas e que provoca intenso ardor...

Que das vidas se tonam amargas escravas,

Quando um dos dois, põe fim ao amor.

....no ontem,

No hoje,

E no amanhã...

insuportável palavra.

Das Palavras mais tristes da vida,

Que acaba com os meus e os sonhos seus,

É a palavra da despedida...

A mais triste palavra, Adeus.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 07/07/2014
Reeditado em 07/07/2014
Código do texto: T4872919
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