Fuga
Eu não sei por que fiz versos
Versos para quem
E agora os versos fogem
Eles não sabem do destino
Mas sabem ser de alguém
Fogem versos
De chuva molhados
De ventos têm os cabelos emaranhados
Os olhos vermelhos de sal das praias
As retinas azuladas
Guardam o voo dos pássaros
Os passeios nas calçadas
Voam versos equidistantes
Versos perdidos
Enfiam-se em nuvens cinzentas
Enfrentam a tempestade
Foram para longe os versos
Mas versos são
Serão versos
Hoje
Amanhã
E depois