Não é poesia nem é protesto
Eu nunca consegui escrever um poema
Não sei como!
Nunca saberia
No olho sem anestesia
Não é por ter
Ou porte de armas
Ou por protestar
Não... Não sai da garganta
É poesia poeira
Livro abandonado
Farelo migalha
Detestada
Uma filha das sobras
Um bastardo verso
Em regresso
Uma partícula miúda
Uma pulga
Poeira muda
Na pagina
Na praia
Grão de areia
Entre grãos de areia