Ano Novo
Outro ano,
outro tempo.
No fundo do espelho molhado
vi o sangue correndo
nos canos secos das vísceras.
Me perdi no sangue deslizando:
um contratempo de ritmo insano.
E vi a vida arranhando a parede
como um detento
que já sente o cheiro
dos crisântemos.
Outro ano,
outro tempo.