BEN YOSEF
Ele já havia
Sido marcado
A sangue frio
Quando do rio
Teve as visões
Que o outro lado
Não permitia
Mesmo assim
Sua voz era vibrante
Horizontes tardios
Irei amanhece-los
Conheceram uma ira
Invertida
Investida de vida
O que me atravessa
Perde amor
Pede então
Pra ser amado
Purificado
De toda imundice
A caduquice
Da orações doutrinárias
as alegrias falsárias
o que resta sempre
“O milagre
É um abraço forte
Apertado
Demorado que convive”
Se entrega
E vai embora
Deixando que fique
As janelas abertas
Pra voltar
Havia um homem
Solitário na caverna
Serviam a comida
Dos ratos
A sobra do vazio
De vida
Por ter as feridas
Do acidente eterno
Apenas minha
Mão
Num aperto sincero
Transmutou
Sua sombra
De um inferno
Imposto de fora
Posso assistir
Minha dívida
Com a história
A glória dos céus
São estrelas que contam
A um infinito
E ele não dorme
Me manterá vivo
Na alma
dos que se permitem
amar...