No Reino de Odé
Luciana Carrero
Na senda que leva ao rio
há um matagal de espinhos
cobras de Ogum montam guarda
No rastro dos maricás
jaguatiricas ligeiras
dum olhar que nem só elas
tomam sustos nas picadas
e assustam babalaôs
Na senda que leva ao rio
de barro mancham as botas
da visita desconfiada
que vem colher ocutás
para orixás seus amados
No meio do mato íngreme
Exu joga cobra d’água
no ombro do pai de santo
Odé solta uma risada