Indestrutível
Sou mal!
meus olhos são vermelhos
e aguçados,
meus passos pesados,
e firmes neste chão rachado,
sou indestrutível.
Minha cabeça está erguida,
quero olhar tudo por cima,
quero estar por cima da vicissitude da vida.
Meu sorriso é malicioso,
meu corpo luxurioso,
esnobo todos os olhares.
Mesmo insano sou garboso,
elegante, malévolo,
um cisne negro me dominou,
sou Homero, Dante
Brigitte Bardot.
Ó que momento mesquinho
mas tão meu,
sair do meu ninho
fui enlevar o Olimpo,
Dite apareceu e escureceu o céu,
nesta turva cidade,
só eu brilhava indestrutível.
Você não me verá chorar,
sou frio, inabalável
nem medo, nem saudade vão me tocar,
tudo foi insignificante.
Podem até achar este poema esquisito,
ou que seja um grande delírio,
mas quem confessa que numa desilusão
não se amou com o calor do ódio,
não se viu e não se fez superior.
Sou invencível, toque forte Mozart.
Mais tarde faço a arte da benevolência,
pois agora eu sou indestrutível.