Sentidos
Sinto-te , amor
Em cada falta inesperada;
No solo do passarinho e seu clamor
Para que minha alma desencantada
Consiga adormecer tranquilamente
Enquanto sua ausência em mim se faz pungente
Enquanto meu corpo se afoga em águas rasas.
Sinto-te, amor
Nos versos todas as vezes em que escrevo,
Nas maçãs do rosto inevitável é o rubor
Quando releio minhas cartas e meus apelos
Se queres saber , meu bem...
Ainda tenho a mania de querer mais do que devo,
Passar as noites de olhos abertos
Almejando um futuro que nunca vem.
Sinto-te, amor
Eis a razão pela qual sobrevivo
Embora o amor já tenha falecido.
Para que não perecesse o meu interior
Permanece em mim os sentidos.