O ANIMUS ABSTRATO

Havia pó

De um sumiço

De vida

Que se conhece

Passos pesados

Levantam mais

Do que deixam

Marcar

Copo embaçado

Parecendo

Olhos tristes

Eram olhos de tigre

Secando uma

Vítima

Ainda íntima

Que viverá

depois que golpear

apertar jogar

contra parede

já suja

de sangue cítrico

onde um pedaço que

se solta

mostra mais

do que um corpo

tatuado das dores

que a sede

entre rancores

atormentam

visões do que pode

acontecer

ela sabe dele

ao ver seus sapatos

que ficaram parados

segue um andar

marcado

pelos pés

andando ligeiros

trazendo o curioso

mais perto do final

mal sente um gosto

estranho no ar

pula entre as pedras

desenhando

qualquer rito

que ao que parece

está escrito

não pode ver

deitou pra conhecer

amanheceu

entre os abutres

num festa sinistra

Vento leve ao longo

Caminho dos outros

Ainda estou sedento

Posso violar

Suas cordas vocais

Num soluço

Que será único

Lá do alto da colina

De costa p’ra vitima

Deixou cair

Um bilhete.