INTIMIDADE
 
 
 
 
Num transe fiz-me artesã,
ensaiei ser dançarina.
No tear produzi versos,
dancei entre a bruma,
deixei-me levar
sendo brisa da noite,
companheira da madrugada -
estrela renascida na manhã.

 
Flutuando em amor
invadi o recôndito do poeta,
capturei-lhe a alma, as ferramentas,
deitei-me em sua cama
desfiz minhas vestes,
desfiz-me!

 
Lá fui eu mesma -
perfumosa rubra rosa
aspirada com delícia,
sorvida com desejo,
colhida por inteiro,
feita escultura e poema
de amoroso jardineiro.





imagem: Maria Augusta
KATHLEEN LESSA
Enviado por KATHLEEN LESSA em 02/07/2014
Reeditado em 03/07/2014
Código do texto: T4867640
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