QUIETUDE

Quietude

02/07/14

A quietude de tua boca me inquieta

Já não exploramos com nossas línguas o firmamento

Já não nos alimentamos de nós, em triste dieta.

Já não celebramos nossos corpos em casamento.

Lembrar eu posso das noites não dormidas

E das manhãs preguiçosas de êxtase até a exaustão

Quando falávamos por olhares e palavras gemidas

Na mistura de hormônios em apaixonada combustão

Hoje te encontro em sonho não verdadeiro

Nas noites mal dormidas de solidão

ao lado de corpos que não têm o teu cheiro

Digas apenas um até breve e como um condão,

sem palavras, só com aquele olhar brejeiro,

e novamente por ti baterá meu coração.

Geraldo Cerqueira