Tal qual

Vejo meus sonhos distantes.

Algum ponto no espaço:

posso sentir,

jamais vou chegar.

Algum ponto em meu peito repleto de nada.

Olho pra dentro, percebo onde estou:

distante de mim, distante de tudo.

Vi todos seus sonhos:

distantes de mim, perto do todo.

Não encontro mais os sonhos

que sonhou pra mim.

Tal qual este tempo, se esvai a esperança.

Tal qual o sussurro do vento que passa a gelar,

nos leve daqui,

me leve de mim.

Há um lugar em meu peito sem esperança,

meu refúgio de ti

meu refúgio de tudo.

Posso senti-lo, mas não encontra-lo.

Sem mapa, sem rumo

procuro no nada.

Ali mesmo que não acharei.

Mas,

tal qual o lufar do vento,

algum dia cada folha vai cair no seu lugar.

Paulo Henrique Mai
Enviado por Paulo Henrique Mai em 02/07/2014
Reeditado em 04/07/2014
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