Um Poema Sobre o Poema
Escrevia um poema
As estrofes prontas,
Rimas, figuras de linguagem
E todos esses aparatos dos quais
O poeta faz uso.
Mas uma coisa me faltava...
Quem diria...
Eu, que outrora me gabava
Desta minha pseudo maestria
De organizar palavras,
Me vi perdido.
Aquele poema consumia minha alma.
De meus dedos brotavam raízes
Que se fixavam no papel ,
A caneta não dançava ao assovio do relógio.
Cansei-me.
Apaguei as luzes.
Varei a noite acordado.
Minhas pálpebras estavam inchadas
Pela força tremenda para pegar no sono.
Palavras, milhares delas , atravessavam meu corpo
Ele indefeso, apenas trepidava
Clamando por uma mente de sossego.
Uma mente onde se possa não pensar em nada,
Somente!
Assim, travei a batalha (inutilmente)
Às 8:00 horas da manhã ainda digladiava comigo.
Quando, há muito, o sol tinha vestido seu manto luminescente.
No chão - rascunhos rasgados .
Tantos picotes que cobriam o piso.
Prostrado no leito
Declarei-me derrotado pelo poema incompleto,
Que escondeu consigo até minha morte
A palavra que faltava.