A FORMA AMBÍGUA
 
Acaso por ai
Faz-me uso
Do caso
Um vaso
Vazio
Pra ser coberto
Se quer vira
Desvira
Preenche
Acaba vendo
Algo crescendo
Imposto
Antes o gosto
De brincar
Com o anteposto
Era virar
Um vaso
Para o caso
Da flor no frio
Que pede uma casa
Pegue
Por entre as asas
Leve água
Também
Desvira
Forme um rio
Desliza
Molhe a sina
Do passado
De um caso
Que o acaso
Me tinha
Por um vaso
Em cima
Vazio
Que me olhava
Tranquilo
Ainda que filo
Tardio
Percebi
Que podia
Ser eu
O dono do acaso.