Num outro plano
É estranho estar nos lugares onde estivemos.
O bosque, a praça, as ruas por onde andamos,
meu quarto, nossa cama...
todos os lugares onde nos amamos,
tudo parece vazio e sem sentido,
como se nunca tivessem existido,
simplesmente porque não estamos.
Vivo de lembranças soltas e irreais,
como se fossem sonhos que não voltam mais.
Mas nesses entretantos que o amor expõe,
nas coisas que vivemos, o que me compõe,
são as sobras de uma realidade fugaz,
guardadas nesse tempo que a saudade traz,
num mundo imaginário onde habitamos...