Poesiarana
Luciana Carrero
A bisavó guarany
enrugada e ereta
monta guarda à minha cama
alma triste de poeta
a falar-me à cabeceira
ser o poema poesiarana
parece poesia que mana
mas não é poesia sana
A bisavó cunhataí
pia assim juritirana
e sempre foi bem porã
Debato-me agitarana
quando a lança bisavó
meu coração cravarana
Sinto a hora morterana
A índia dá um risorana
e manda eu ir trabalhar
mas p'r'isso eu devo acordar
Acordo e foi bisavó
Deixou-me só um moterana
cá n’almarana que dó