Não me ofereças


Não me ofereças teus pés, como ora o fazes,
Ainda úmidos do banho que acabaste de tomar,
Coroados por sensual morango, a me provocar,
Despertando o instinto que vês em minha face.

Bem sabes o desejo que, então, de mim se apossa,
Transformo-me em ogro, e contra eles me lanço,
Demente, não ouso conter o logro e, sem ranço,
Sequioso os beijo e os sugo, até mais que possa.

Alterno-me a acariciar com minha língua ardente,
Por entre cada teus dedos, calcanhar e palma,
Sentindo-te desvanecer cálida em minha alma,
A se inteirar neste desejo que ora brota latente.

Nesta troca de eflúvios que então nos ocorria,
mordisco, afinal, teu morango com minha boca,
sentindo-te minha, a me requerer, também louca,
para que te diluas no instante em que te inebrias.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 30/06/2014
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