Aquela Voz

Num meio dia,

De um fevereiro.

Aliado ao cansaço,

O luto de meu pai,

Discorria em lágrimas,

Pelas veias do coração.

Não encontrando leito,

Canto quieto para demover-me da dor.

Me acabava pedindo para morrer.

Num segundo,

Entre as lamurias do povo...

Na imensa solidão dos confis do poço,

Lá longe identifiquei a voz amiga.

Abri os olhos,

Feito criança na infância,

Que não sabe onde ir,

Me dirigir aos seus braços.

Confortável em seu amor,

Ressenti a vida.

Entre nós,

Exaurida, com as suas mãos calejadas,

Ensaiava uns carinhos,

Que compactavam.

Sabendo exatamente merçar a ferida,

Com a essência das nossas angustias,

E com poucas palavras nos calava,

Fazendo dormir a nossa insegurança.