O homem que não quis ser rei
Quando passei no paraíso do meu amigo,
Localizado ao leste do Atlântico,
Próximo de Bragança,
Muito além da vista mansa,
Conheci um Senhor.
Dançava o Xote como o rei do baião.
Não era doutor,
Não era professor,
Mas tinha o cuidado.
Era um cidadão respeitado,
Com as palavras de ordem na visão do futuro.
Homem simples de coração,
Adorava canção.
Vindo de outro interior,
Pouco alfabetizado,
Mas letrado na visão e no amor.
Amava tanto o povo,
Que dos prazeres se divorciou.
Conheceu Maria,
Construiu o alicerce,
Fez a casa nas pedras e depois se casou.
Teve seis filhos e mais o que ele acomodou.
Fez crescer muitos netos,
Muitos amigos e desconhecidos.
Por muitos anos a cidade viu no único veículo particular a ambulância,
Para acudir num lugar com o interior.
Sempre de frente a praça,
Na vanguarda da graça a debater
Com quem quer que fosse.
Sob o calor dos argumentos viu da vila o progresso alimentar de dor,
A cidadezinha, que ele descansou.