EQUILIBRISTAS

Inocentes,

quase sempre

acreditamos na insustentável

leveza do ser.

E como heróis

de videogames,

ou travestidos

de Carlitos,

usamos a nossa energia

superfaturada

quase esquizofrênica

fingida de músculos,

para brincar

de equilibrar

o mundo,

bolinando disfarçadamente

nossos egos.

Depois,

com ele

nas costas

e sem superpoderes,

vamos sentindo

que às vezes,

nosso ego

pesa mas que o mundo,

e não temos

muitas escolhas...

Ou nos afogamos

num pingo de água,

ou nos enforcamos

num pé de cebola.