Da Posse - II

É minha!...a vontade de ser o dono de nada...

de possuir a liberdade de quem nada tem...

de tornar, sempre pública, essa alma privada

que priva a si mesma, ao privar-se de alguém.

É minha!...e, por isso, precisa ser liberada

a vontade de me conservar humilde, também;

por que a humildade só pode ser conservada

por quem conserva a fé de que, dela, está sem.

É minha!...e essa posse não será usurpada

se não for só um egoísta escravo do bem...

se o orgulho não fizer, da bondade, refém...

se for livre, enfim...se não precisar ser notada...

essa vontade que, para se sentir saciada,

dá tudo que possui, sem ter possuído, porém.

Roberto.

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 29/06/2014
Reeditado em 11/12/2015
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