CRIPTAS ORÁCULO

Abraços despedidas

Caso confuso

Entre uma chuva

Desde ontem

Desejando

Nunca secar lágrimas

Páginas viradas

Mal lidas

Nem tocadas

Pairadas

Olhos negritos

Não assinalam

Continuidade

Ficam fingindo

Ler

As entrelinhas

Que devolvem

O que deveria

Já ser antigo

Há uma corredeira

De rio

Vindo banhando

os pés

Desviam por ladeiras

Entre túmulos

Rumos

estranhos jardins tão belos

Nada parece o que é

Roseiras se abrindo

Vida voando

Vingando

Num lugar

Que é purificado pela morte

Há um corte

Ferida aberta

Incerteza que volta

Pra pôr flores

Desfila entre as dores

De um passado ainda

Vivo.