O MEDO DO ESCURO
O que insinua
Ver-se envolvente
Sobre a lente
Que percebe
Mais do que
Um rosto
Fica um gosto
Doce demais
Se engasga ao vento
Das palavras variadas
De tudo aquilo
Que não se quer dizer
Eram dois amantes
P’ra uma janela sozinha
Podia pular
Na casa vizinha
alugada
De um senhor esbelto
Vida que apenas
Ouvia
Era tudo que
Ela queria de certo
Mas ao chegar
Antes mesmo de
Querer ir
A dúvida vinha
Alcançar
Como correr
Atrás da infância
Pra não se perder
Ignorância
Que tenta cortar
Desvios
encontra um frio
Ante um sol que produz
Derrube o aquário
No fogo de luz
Veja os peixes morrer
De um limite
Seja um deles
Pode ir lá fora
quebrar a vitrine
A dúvida lhe encontrará
Mais tarde
Verá uma senhorinha
Lá em baixo
Costurando receios
E uma xícara de chá
Apagando lábios
Que falam sozinhos.