Mal acostumado
Você não deveria ter feito, como um dia o fez,
Acolhida em meus braços, enlevada ao paraíso
De meu leito e, sem com a vida compromisso,
Permitir-se por mim ser tão amada, a cada vez.
Não deveria ter trilhado meus descaminhos,
Se enlevado tanto com minha poesia noturna,
Se deslumbrado com a luz da lua que, soturna,
Vimos nascer cheia, à beira da praia, sozinhos.
Não deveríamos nunca termo-nos amado tanto,
Procurando eternizar estes momentos de poesia,
Que desvaneciam, após, ao nascer de um novo dia,
A nos mostrar suas efemeridades, no entanto.
Triste realidade de quem tanto tem amado,
E não compreende este preceito de quem assim fez,
Na vida, depois que se é feliz uma única vez,
Fica-se, para o resto da vida, mal acostumado.
Você não deveria ter feito, como um dia o fez,
Acolhida em meus braços, enlevada ao paraíso
De meu leito e, sem com a vida compromisso,
Permitir-se por mim ser tão amada, a cada vez.
Não deveria ter trilhado meus descaminhos,
Se enlevado tanto com minha poesia noturna,
Se deslumbrado com a luz da lua que, soturna,
Vimos nascer cheia, à beira da praia, sozinhos.
Não deveríamos nunca termo-nos amado tanto,
Procurando eternizar estes momentos de poesia,
Que desvaneciam, após, ao nascer de um novo dia,
A nos mostrar suas efemeridades, no entanto.
Triste realidade de quem tanto tem amado,
E não compreende este preceito de quem assim fez,
Na vida, depois que se é feliz uma única vez,
Fica-se, para o resto da vida, mal acostumado.